Marrom Bombom

Histórias escatológicas quase sempre verídicas, lendas urbanas potenciais e situações necessariamente constragedoras. Merda acontece! Se você tem uma boa história de cocô e quer espalhá-la por aí, mande para nós. Teremos prazer em jogá-la no ventilador (historiasdecoco@gmail.com).

04 dezembro 2006

No aeroporto

Essa história foi mandada pela Antônia, leitora do nosso blog. Ela garante que esse caso não aconteceu com ela e que é uma lenda da internet. Sei...
Bom, a autoria não importa tanto. O importante é que a história é boa. Confiram:



Aeroporto Ezeiza, Buenos Aires, 15:30.

Pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma boa urinada e um flato não aliviasse. Mas, atrasado para pegar o ônibus que o levaria para o outro aeroporto da cidade, de onde partiria o vôo para Córdoba, resolveu segurar as pontas. “Afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem. Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta”. Tranqüilo. O avião só sairia às 16:30.

Entrando no ônibus, sem sanitários, sentiu a primeira contração e tomou consciência de que sua gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do outro
aeroporto.

Virou para o amigo que o acompanhava e, sutil, falou: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, sentiu um urubu beliscando sua cueca, mas botou o esfíncter pra trabalhar e este segurou a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando para seu desespero, uma voz em castelhano disse pelo auto-falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levara em torno de 1 hora”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo! Fez um esforço hercúleo para segurar o trem de merda. O alivio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava se distrair vendo a paisagem, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário. Tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico, então: branco, macio, com textura, perfume e - ops! - sentiu um volume almofadado entre a bunda e o assento do ônibus e percebeu, consternado, que havia cagado.

Um cocô firme daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los apreciar, tão perfeita obra. Mas sem duvida, não nesse caso.

Olhou para o amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessou serio:
- Cara, me caguei.
Quando o amigo parou de rir aconselhou-o a ficar no centro da cidade, escala que o ônibus faria no meio da viagem, e que se limpasse em algum lugar. Mas ele resolveu que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controle.

“Foda-se, me limpo no aeroporto”, pensou, “pior que isso não dá pra ficar”.
Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Ele arregalou os olhos, segurou-se na cadeira, mas não pode evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de cocô. Desta vez como uma pasta morna. Foi merda pra todo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cuecas, barra da camisa, pernas, panturrilhas, calças, meias e pés. E mais outra cólica anunciando mais
merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que ele nem tentou segurar, afinal de contas o que era um peidinho pra quem já estava todo cagado? O peido seguinte foi do tipo que pesa e lá veio a quarta carga.

Lembrou-se de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou com as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo, levou metade dos pelos do cu
junto. Mas era tarde demais pra apelar pro absorvente. Tinha botado tanta merda que nem uma bomba de cisterna ajudaria a limpar a sujeirada. Finalmente chegou ao aeroporto e saindo apressado, com passos curtinhos. Suplicou ao amigo que apanhasse sua mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que ele pudesse trocar de roupas. Correu pro banheiro e entrando de box em box,
constatou a falta de papel higiênico em todos os cinco. Olhou para cima e blasfemou:



“Agora deu, né?” Entrou no último, sem papel mesmo, tirou a roupa toda para analisar a situação e esperar pela mala da salvação com roupas limpinhas, cheirosas e com elas um tanto de dignidade no seu dia. Seu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o check in e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do box o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de lã gola "V".

A temperatura em Buenos Aires era aproximadamente 35 graus. Desesperado, começou a analisar quais de suas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. As cuecas foi logo jogando no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e assim como as meias tinham mudado de cor. Seus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10 Teria que improvisar. A necessidade é mãe da invenção, então ele transformou uma simples privada em uma magnífica maquina de lavar. Virou a calça do lado avesso, segurou-a pela barra, e mergulhou a parte atingida na água. Começou a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para viajar. Saiu do banheiro e atravessou o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meia, calças do lado do avesso sujas, molhadas da cintura ao joelho, e o pulôver gola "V" sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarcou no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o “rapaz que estava no banheiro” e atravessou todo o corredor até o seu assento, ao lado do amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se e
perguntou se precisava de algo. Ele chegou a pensar em pedir uma gilete para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa, mas decidiu não pedir: “Nada, obrigado, eu só quero esquecer este dia de merda”.

4 Comments:

  • At 04 dezembro, 2006 12:49, Blogger Ana Priscila Freire said…

    ahaahahahhahhahah que triste! é por isso que eu digo,sempre pode haver uma situação pior! ahahahhaha

     
  • At 04 dezembro, 2006 13:33, Anonymous Anônimo said…

    puxa, agradeço pelas boas risadas em frente ao monitor! huahuahua! E a gente ainda reclama da nossa vida heim, hehe!

     
  • At 04 dezembro, 2006 18:01, Anonymous Anônimo said…

    Vcs são gênios!!! Nunca vi um texto de merda tão bom! Já pensaram em escrever pra teatro?! Até por que a produção anda meio... Bem.
    Beijos

     
  • At 04 novembro, 2007 21:09, Blogger Unknown said…

    amei!! Nunca ri tanto na vida lendo um texto!! Parabens!
    É disso q o mundo precisa. RIR!!

     

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