Marrom Bombom

Histórias escatológicas quase sempre verídicas, lendas urbanas potenciais e situações necessariamente constragedoras. Merda acontece! Se você tem uma boa história de cocô e quer espalhá-la por aí, mande para nós. Teremos prazer em jogá-la no ventilador (historiasdecoco@gmail.com).

24 novembro 2006

No elevador

Tarde da noite e ele foi da Djalma Ulrich até o final da Santa Clara discutindo com a namorada e já cheio de vontade de cagar. Mas era tão turrão o sujeito que não podia simplesmente deixar a discussão de lado e tratar de atender o chamado da natureza – prioridade número um, sempre. Quando chegou na portaria do prédio dela o cara ainda fez a proposta:

“Vamos fazer o seguinte: tô louco pra cagar. A gente termina essa discussão daqui a pouquinho, OK?”
“O que? Na minha casa você não vai cagar!”
“Como assim? Pelo amor de deus, você não pode fazer isso comigo!”
“Já fiz! Você vai cagar, mas vai cagar na sua casa, seu filho da puta! Tchau!”

E ficou lá, no meio da Santa Clara, só ele e a vontade de cagar. Foi correndo pra casa, felizmente a poucas quadras dali. Chegou já sentindo o peso no rabo. Deu boa noite pro Mancuso, o porteiro, cruzando ligeiro a portaria escura na direção do elevador, que não estava lá. Foram os trinta segundo mais longos de sua vida até o elevador chegasse ao térreo. Suor frio e muita tremedeira. Marcou o quinto andar e o tempo, de novo, começou a passar mais devagar. Dessa vez não deu pra ele. Antes de chegar no terceiro piso ele já estava todo melado de merda, que descia bermuda abaixo. Era preciso reparar aquela situação. Àquela hora ele seria facilmente identificado como o cagão do prédio. Não teve dúvida. Tirou a roupa, ficando só de camisa. Separou a cueca borrada num canto e a bermuda, em estado mais ou menos aproveitável, num outro canto. Abriu a porta do elevador e tratou de limpar a bagunça com a cueca. Ajoelhou e esticou a perna pra fora, mantendo a porta aberta e o elevador preso naquele andar.

O diabo é quanto mais ele esfregava a cueca cagada sobre a merda mais ele espalhava a sujeira no assoalho. Segurava o elevador no andar até que algum morador precisou subir e reclamou com Macuso, que por sua vez acionou a síndica, preocupado com o rapaz que havia subido com um jeito meio estranho. A síndica, que também morava no quinto andar, não teve trabalho em averiguar o que tinha acontecido. Encontrou Jorginho com a bunda suja, de quatro, esfregando uma cueca lambuzada de merda sem saber se o cagão do prédio limpava ou sujava o chão do elevador.

2 Comments:

Postar um comentário

<< Home